Palavras
Em cada bolha de espuma que estoura, uma palavra;
Na crista de furiosa onda espumante vem aos milhares
Para assim rebentarem na ponta da caneta que as lavra,
Formando dessa forma, firme e forte, da arte os pilares.
Elas se proliferam ao longo dos tempos, como larvas,
Se formam ao calor de minha boca, em bolhas salivares,
Saem úmidas, frescas, e em nossa bela cultura se crava
Para ser o veículo de nossas línguas em céus e mares.
Vem se formando dentro de mim de vogal em vogal,
Eu me calo nesse momento, à espera das consoantes,
E nessa transição, se envolvem na regra gramatical.
Assim ela se transmuta, viaja, varia do grego ao latim,
Para nos cantos desse mundo formar o grito ressoante
Que de A a Z vem longínqua se formar dentro de mim.
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