Na Sombra do Lírio
Deitei-me desajeitado na sombra do lírio
Esperando agitado, ansioso, você voltar,
Ardiam-me os olhos ausência do colírio,
E vermelhos, irritados, pareciam chorar.
Mudei-me para debaixo duma margarida,
Planta mui bela de diferenciado perfume,
E lá esperei com saudade minha querida,
Nada! Dentro de mim surgiu um azedume,
Não observando me acamei em flor errada,
Era um verde pé de comigo-ninguém-pode,
Insisti, implorei com essa planta difamada:
Posso!?-Não pode!- Preciso!- Mas não pode!
Quando senti que repousava sob uma rosa,
Senti-me inundado duma paz ante flor bela
Onde em finas pétalas o beija-flor pousa,
E descobri repouso à sombra dos olhos "dela".
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