quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Vendo a vida passar
Vendo a Vida Passar
Vejo a vida passar
Sob o fio escuro que se
Esconde em minhas pálpebras.
O tempo discorre e a vida se encaminha
No corre-corre diário, e dessa forma,
Vai se esvaindo pelos vãos dos dedos
Que acenam para a morte,
Que vem de encontro ao meu olhar destemido,
Que vê a vida em suas engrenagens, ora emperradas,
Ora desembestadas, a girar num ritmo que nos ilude,
Pois quando se pensa que está no início,estamos chegando ao fim.
E o que não me faz esmorecer
É ter a vaga esperança de que este
Pode ser só o começo, e uma ânsia de mergulhar
No invisível do imaginário toma conta de meu ser.
Como o poeta dizia
Como o Poeta Dizia
No lusco-fusco que embriaga as manhas
Sinto ar morno da vida que o vento exala,
Encho os pulmões, me treme a pele o afã
De mirar teus olhos nús da cor de opala,
Aqueço-me na noite, negra manta de lã,
As lágrimas são resquícios da chuva clara,
Saem cristalinas dos olhos de nuvens sãs
Para morrer nos lábios da terra que não cala.
Descubro-me da doce quentura da noite
E sereno, visto a camisa branca do dia,
A língua do homem e afiada como foice
Que decepa os valores que o sábio guia,
O que separa à noite do dia, é um açoite,
Breve e transparente, como o poeta dizia.
Estlhaços da noite
Estilhaços da noite
Caíram sobre mim
Estilhaços da noite;
Da noite onde caminham
Bêbados e prostitutas oxigenadas.
Penetraram-me à alma,
Invadiram meu ser com
Pontadas escuras e instigaram-me
Ao mundano, lascivo...
A voz de Morison que soa dos
Becos labirínticos se perde
No labirinto de meus ouvidos.
Arde-me um fogo no peito,
Queima-me a língua.
Ando sobre paralelepípedos
Desconjuntados,
Juntando estilhaços da noite
Para formar o meu dia
Num simples espelho inquebrável.
hoje
Hoje
Hoje eu quero ver as luz que
Das trevas alumia.
Quero ver no espelho azul do céu
Minha estrela guia.
Quero me vestir das cores do arco-íris
No final de cada dia.
Quero percorrer as ilhas de mim mesmo
E encontrar o tesouro enterrado em meu cerne.
Sou pirata destemido!
Sou explorador de mim... do mundo!
No som de meus gemidos
Falam os segredos de
Amor escondido, lá no fundo!
Ancorei meu navio em minha dor;
O mar revolto tenta arrasta-lo,
Mas a ancora da vontade é mais forte.
Afiarei minha espada e
Desafiarei meu inimigo,
Darei golpe mortal... Implacável!
Sou senhor de mim,
Não mais navio á deriva.
Sou ilha rodeada de todos os mares,
Quero mesmo é encontrar as pérolas do mar!
Quero acalmar a tempestade dentro de mim
E segurar firme no leme da felicidade.
Quero singrar o mar da vida,
E no meu desejo curioso, descobrir o que
A fina linha do horizonte esconde.
Liberdade
Liberdade
Sou nuvem passando
Chuva caindo
Água corrente
Pássaro na ânsia de voar.
Poeta errante
Cachorro sem corrente
Cavaleiro andante
Estrela cadente.
Negligente, ando ao léu
Procuro ser bom amante
Gosto do gosto do mel
Leio a comédia de Dante
Da boa vida não sou réu
Diamante e ouro nunca tive
No dedo não me brilha anel
Mas posso dizer: sou livre!
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Semafórico
Semafórico
Ser...
Serenando e se diluindo em cores:
Passo em verde clorofilado,
Atento ao mundo, presto atenção
No meu olhar amarelado.
Duvído, interrogo... olhos distantes...
Descortinando a linha do horizonte,
Que fulgi o último brilho de meu olhar em espelho
Que no contraste anil do firmamento,
Numa luta de tons, nuances e cores...
Predomina na esclerótica
Ante o passo último,
O tom suculento e amorangado
Do vermelho.
Faz de conta
Faz de Conta
Folha em branco de pele de fada
Vara de condão deitada
Sorrindo no dorso da linha o escrito do nada.
domingo, 29 de abril de 2012
Problematemática do S2
"Problematemática do S2”
Tolo coração...
Problematemático se resolvendo no peito,
Entre números e inúmeros desacertos
Vive se calculando numa busca infindável.
Tolo coração...
Que antes eram dois, agora somente um
Buscando incessantemente o seu
Máximo denominador comum.
Tolo coração...
Que na impaciência se eleva ao quadrado
E atinge sua potência!
Tolo coração...
Que se divide,
Que atrai, se distrai, se subtrai...
Na ânsia de um soma.
Tolo coração...
Que complica, se explica,
E tomado de sentimento,
Se multiplica!
Tolo coração...
Que em frenético rítmo
Se perde na confusão dos logarítimos,
E não resolve a questão.
Tolo coração...
Que em constante equação
E simples como uma regra de três,
Deseja outra vez
Uma regra de dois!!
Tolo coração...
Problematemático se resolvendo no peito,
Entre números e inúmeros desacertos
Vive se calculando numa busca infindável.
Tolo coração...
Que antes eram dois, agora somente um
Buscando incessantemente o seu
Máximo denominador comum.
Tolo coração...
Que na impaciência se eleva ao quadrado
E atinge sua potência!
Tolo coração...
Que se divide,
Que atrai, se distrai, se subtrai...
Na ânsia de um soma.
Tolo coração...
Que complica, se explica,
E tomado de sentimento,
Se multiplica!
Tolo coração...
Que em frenético rítmo
Se perde na confusão dos logarítimos,
E não resolve a questão.
Tolo coração...
Que em constante equação
E simples como uma regra de três,
Deseja outra vez
Uma regra de dois!!
P
P
Entre partidos indecisos e putaiadas
Cá no meu lugar olho, observo quieto,
É tanto P que ninguém entende nada,
Felizes são sim, as crianças e os fetos;
Vota em promessa a boca fechada!
Nos esgotos do poder vazam dejetos,
Ó Deus! Juntarei aqui todos os P
E de P em P, mando todos a "PQP".
Victória( sobrinha linda!)
VITÓRIA
Chora incessantemente nos finos braços
Poetisa da vida, ainda, de beleza módica,
Em sua face, o belo se define em traços;
Acalma-te, não te aflijas ante as cólicas,
Ainda em seu seio não prendem os laços,
Seu nome não se diz com voz melódica,
Quem conhece derrota anseia por glória,
Quem a conhece sabe que falo de Vitória.
Chora incessantemente nos finos braços
Poetisa da vida, ainda, de beleza módica,
Em sua face, o belo se define em traços;
Acalma-te, não te aflijas ante as cólicas,
Ainda em seu seio não prendem os laços,
Seu nome não se diz com voz melódica,
Quem conhece derrota anseia por glória,
Quem a conhece sabe que falo de Vitória.
Acordes em Acordo
Acordes em Acordo
Toca música, toca...
Toca dentro de mim!
Toca aqui, toca Lá.
Toca meu coração
E no cerne do sol, sola.
Toca sem Dó
Toca em frente sem Ré
Tocando, sinto Mi
Num abraço de soFá
Fora de mim tudo destoa
Em Si, me completo,
No toque da música que soa
Sinto um afago, um afeto.
Toca msúsica, toca...
Tinge meu peito de azul
Liberta-me numa nota
E penetra-me a pele num blue.
Meu coração é bumbo
Que vibra e arde dentro de mim
Bate acelerado num peso de chumbo
Surdando meus ouvidos ante o fim.
Toca aqui dentro sem eu perceber
Acordes atentos formando harmonia.
Toca sempre, sempre seduzindo meu ser,
Feito findar de uma bela sinfônia.
Toca em partículas que por si ressoa
No aconchego do meu peito.
Acarícia a face plana de mim em lagoa,
Refresca meus poros que descansa no leito.
Serena dentro de mim numa mansidão de garoa
Enchendo os rios de mim, que eu aceito!
Toca música, toca...
Toca dentro de mim!
Toca aqui, toca Lá.
Toca meu coração
E no cerne do sol, sola.
Toca sem Dó
Toca em frente sem Ré
Tocando, sinto Mi
Num abraço de soFá
Fora de mim tudo destoa
Em Si, me completo,
No toque da música que soa
Sinto um afago, um afeto.
Toca msúsica, toca...
Tinge meu peito de azul
Liberta-me numa nota
E penetra-me a pele num blue.
Meu coração é bumbo
Que vibra e arde dentro de mim
Bate acelerado num peso de chumbo
Surdando meus ouvidos ante o fim.
Toca aqui dentro sem eu perceber
Acordes atentos formando harmonia.
Toca sempre, sempre seduzindo meu ser,
Feito findar de uma bela sinfônia.
Toca em partículas que por si ressoa
No aconchego do meu peito.
Acarícia a face plana de mim em lagoa,
Refresca meus poros que descansa no leito.
Serena dentro de mim numa mansidão de garoa
Enchendo os rios de mim, que eu aceito!
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Sem Título
Sem Título
Quero minha carta de alforria!
Não quero saber o que será o amanhã,
Quero me despojar do trabalho
E perambular pelos meus sonhos...
Quero sentir em meus ouvidos a voz da poesia
Desfazendo todos os medos...
Quero minha carta de alforria....
Me desfaço dessa sociedade porca na noite
Para horas depois dizer bom dia!!
Quero minha carta de alforria!!
Não quero mais meu trabalho
Nem os baques surdos em direção ao corredor,
Não sou mais escravo de nada!
E que me importa os resultados dos times
Na tarde ensolarada do domingo
Se já vivi tudo no sábado!?
Quero minha carta de alforria!
Exalar meu suor acre
Nas ventas de seu nariz perfumado,
Não quero saber se é doutor ou do senado
Quero mesmo que faça parte do meu passado.
Quero minha carta de alforria,
Por favor assinem embaixo:
E da lama preta que verte
O sangue de vocês,
Não sou mais capacho!
Quero minha carta de alforria!
Não quero saber o que será o amanhã,
Quero me despojar do trabalho
E perambular pelos meus sonhos...
Quero sentir em meus ouvidos a voz da poesia
Desfazendo todos os medos...
Quero minha carta de alforria....
Me desfaço dessa sociedade porca na noite
Para horas depois dizer bom dia!!
Quero minha carta de alforria!!
Não quero mais meu trabalho
Nem os baques surdos em direção ao corredor,
Não sou mais escravo de nada!
E que me importa os resultados dos times
Na tarde ensolarada do domingo
Se já vivi tudo no sábado!?
Quero minha carta de alforria!
Exalar meu suor acre
Nas ventas de seu nariz perfumado,
Não quero saber se é doutor ou do senado
Quero mesmo que faça parte do meu passado.
Quero minha carta de alforria,
Por favor assinem embaixo:
E da lama preta que verte
O sangue de vocês,
Não sou mais capacho!
Entre trancas e cadeados
Entre Trancas e Cadeados
Ao abrir os olhos de manhã cedo
E se desfazer de suas trancas e cadeados,
O homem abre suas portas para o medo,
E para rua,o trabalho, vai ressabiado.
Sai a andar. Olhos em ambos os lados!
Olhar atentos no ônibus, casas, ruas e arvoredos.
A violência e o perigo já não andam camuflados,
Andam sim é de braços dados, um veneno azedo!
Foi o tempo em que os rostos eram tapados
Perambulando do luxo dos shoppings aos guetos,
Rindo seus risos escarnecidos e descarados!
E a liberdade se esvai pelo vão dos dedos.
Ao abrir os olhos de manhã cedo
E se desfazer de suas trancas e cadeados,
O homem abre suas portas para o medo,
E para rua,o trabalho, vai ressabiado.
Sai a andar. Olhos em ambos os lados!
Olhar atentos no ônibus, casas, ruas e arvoredos.
A violência e o perigo já não andam camuflados,
Andam sim é de braços dados, um veneno azedo!
Foi o tempo em que os rostos eram tapados
Perambulando do luxo dos shoppings aos guetos,
Rindo seus risos escarnecidos e descarados!
E a liberdade se esvai pelo vão dos dedos.
É Fogo!
É fogo!
Você é faísca
Eu sou chama!
Você é faísca que a si própria risca
E se arrisca, e nem sequer pisca!
Eu sou chama largada na cama
Que por ti chama
Até embaixo da lama.
Eu e você
Você e eu
Frutos da mesma explosão,
Com o mesmo sangue latejando forte.
Batuques surdos... vozes do coração!
Vozes de uma canção de grande porte.
Eu e você
Você e eu
Bocas se desmanchando em saliva,
Corpos se esvaindo pelos, poros...
Um resvalar de pele e ossos... de vida!
E nossos risos aniquilando os choros.
Você é faísca
Eu sou chama!
Você é faísca que a si própria risca
E se arrisca, e nem sequer pisca!
Eu sou chama largada na cama
Que por ti chama
Até embaixo da lama.
Eu e você
Você e eu
Frutos da mesma explosão,
Com o mesmo sangue latejando forte.
Batuques surdos... vozes do coração!
Vozes de uma canção de grande porte.
Eu e você
Você e eu
Bocas se desmanchando em saliva,
Corpos se esvaindo pelos, poros...
Um resvalar de pele e ossos... de vida!
E nossos risos aniquilando os choros.
Colírio
Colírio
Nuvem de poeira
Cobre-me a visão,
Enche-me a retina de areia,
A custo vejo o clarão.
Que o céu chova
Gotas de colírio
E a poeira remova
Deixando-me nos olhos o brilho.
Não um brilho duro,
Mas os de olhos de criança,
Que é o olhar do futuro
E nos chama com voz mansa.
Nuvem de poeira
Cobre-me a visão,
Enche-me a retina de areia,
A custo vejo o clarão.
Que o céu chova
Gotas de colírio
E a poeira remova
Deixando-me nos olhos o brilho.
Não um brilho duro,
Mas os de olhos de criança,
Que é o olhar do futuro
E nos chama com voz mansa.
domingo, 8 de abril de 2012
Do rio que corre em ti
Do Rio Que Corre Em Ti
Num dia de frio
Em teu seio me escondi,
Aqueceu-me a água do rio
Que corria dentro de ti.
Seio que pende desnudo,
Que liso, embriagante e túmido
Embalsama meus lábios mudos,
Que se banha em olhos úmidos.
Num dia quente saí por seus poros,
Por todos os lados eu me exalava,
Sentindo saudade do lugar que moro
Quis voltar rapidamente à morada.
Ibernar para sempre, e lá me aquecer,
Para no confortante calor do teu peito
Do restante do mundo me esquecer,
E ficar em paz no coração, meu leito.
Num dia de frio
Em teu seio me escondi,
Aqueceu-me a água do rio
Que corria dentro de ti.
Seio que pende desnudo,
Que liso, embriagante e túmido
Embalsama meus lábios mudos,
Que se banha em olhos úmidos.
Num dia quente saí por seus poros,
Por todos os lados eu me exalava,
Sentindo saudade do lugar que moro
Quis voltar rapidamente à morada.
Ibernar para sempre, e lá me aquecer,
Para no confortante calor do teu peito
Do restante do mundo me esquecer,
E ficar em paz no coração, meu leito.
Despedida
Despedida
Não fiquem ao meu redor.
Lágrimas, nem pensar!
Não me coloquem gravata
E muito menos camisa de colarinho apertado.
Toquem minha música preferida e
Podem repeti-la se quiserem.
Não bebam água em meu copo.
Já na minha poltrona podem se
Escarrapacharem, se quiserem.
Não me façam a barba, quero
Ter o queixo enegrecido nesse momento.
Que meus amigos se reunam e tomem
Um "porrete"; se ainda os tiver!
Não cortem minha unha encravada,
Durante anos não me incomodou
E não será agora que irá!
Não ousem tocar meu Rimbaud,
Os demais fiquem à vontade, mas
Mudem as páginas com carinho.
Não me apertem os sapatos, se possível
Nem os coloque.
Nada de crisântemos;
Lírios sim!muitos lírios...
Nem pensem em cortar meus cabelos.
Caso alguém não conseguir ver meu sorriso
E porque não olhou direito.
Enganarão-se os que pensarem
Que meus músculos estarão retesados,
Pois estarei dormindo sono tranquilo,
Velado pelos olhos atentos de Drummond
À direita, e Bandeira à esquerda.
Não me vistam paletó de luxo,
Pois para onde vou tudo é muito simples.
Que os livros de minha pequena biblioteca
Engulam voluptuosamente as traças.
Não me joguem em buraco apertado,
Frio e escuro; tenho claustrofobia.
Reduzam-me a pó, cinza...
E joguem-me no ar
Para que cada partícula minha
Vagueie por ai e encontre repouso
Na sombra das flores.
Não fiquem ao meu redor.
Lágrimas, nem pensar!
Não me coloquem gravata
E muito menos camisa de colarinho apertado.
Toquem minha música preferida e
Podem repeti-la se quiserem.
Não bebam água em meu copo.
Já na minha poltrona podem se
Escarrapacharem, se quiserem.
Não me façam a barba, quero
Ter o queixo enegrecido nesse momento.
Que meus amigos se reunam e tomem
Um "porrete"; se ainda os tiver!
Não cortem minha unha encravada,
Durante anos não me incomodou
E não será agora que irá!
Não ousem tocar meu Rimbaud,
Os demais fiquem à vontade, mas
Mudem as páginas com carinho.
Não me apertem os sapatos, se possível
Nem os coloque.
Nada de crisântemos;
Lírios sim!muitos lírios...
Nem pensem em cortar meus cabelos.
Caso alguém não conseguir ver meu sorriso
E porque não olhou direito.
Enganarão-se os que pensarem
Que meus músculos estarão retesados,
Pois estarei dormindo sono tranquilo,
Velado pelos olhos atentos de Drummond
À direita, e Bandeira à esquerda.
Não me vistam paletó de luxo,
Pois para onde vou tudo é muito simples.
Que os livros de minha pequena biblioteca
Engulam voluptuosamente as traças.
Não me joguem em buraco apertado,
Frio e escuro; tenho claustrofobia.
Reduzam-me a pó, cinza...
E joguem-me no ar
Para que cada partícula minha
Vagueie por ai e encontre repouso
Na sombra das flores.
Na sombra do lírio
Na Sombra do Lírio
Deitei-me desajeitado na sombra do lírio
Esperando agitado, ansioso, você voltar,
Ardiam-me os olhos ausência do colírio,
E vermelhos, irritados, pareciam chorar.
Mudei-me para debaixo duma margarida,
Planta mui bela de diferenciado perfume,
E lá esperei com saudade minha querida,
Nada! Dentro de mim surgiu um azedume,
Não observando me acamei em flor errada,
Era um verde pé de comigo-ninguém-pode,
Insisti, implorei com essa planta difamada:
Posso!?-Não pode!- Preciso!- Mas não pode!
Quando senti que repousava sob uma rosa,
Senti-me inundado duma paz ante flor bela
Onde em finas pétalas o beija-flor pousa,
E descobri repouso à sombra dos olhos "dela".
Deitei-me desajeitado na sombra do lírio
Esperando agitado, ansioso, você voltar,
Ardiam-me os olhos ausência do colírio,
E vermelhos, irritados, pareciam chorar.
Mudei-me para debaixo duma margarida,
Planta mui bela de diferenciado perfume,
E lá esperei com saudade minha querida,
Nada! Dentro de mim surgiu um azedume,
Não observando me acamei em flor errada,
Era um verde pé de comigo-ninguém-pode,
Insisti, implorei com essa planta difamada:
Posso!?-Não pode!- Preciso!- Mas não pode!
Quando senti que repousava sob uma rosa,
Senti-me inundado duma paz ante flor bela
Onde em finas pétalas o beija-flor pousa,
E descobri repouso à sombra dos olhos "dela".
Magma
Magma
Acordaram dentro
De mim os vulcões
Adormecidos ao longo
Dos anos; fumegam...
Suas crateras refletem
Meus olhos donde respingam
Lágrimas ígneas.
Queimam meu corpo,
Esquentam meu olhar,
Meu suor se ebului e
Transforma-se em novo suor
Que choverá dentro de mim,
Refrigerando a magma do meu ser.
Acordaram dentro
De mim os vulcões
Adormecidos ao longo
Dos anos; fumegam...
Suas crateras refletem
Meus olhos donde respingam
Lágrimas ígneas.
Queimam meu corpo,
Esquentam meu olhar,
Meu suor se ebului e
Transforma-se em novo suor
Que choverá dentro de mim,
Refrigerando a magma do meu ser.
Fragmentos de pedra
Fragmentos de Pedra
Somos todos grãos de areia,
Partículas da mesma pedra;
Todos fragmentos da pedra
Partículas da mesma rocha.
Todos enroscados na mesma teia,
Encurralados na boca da fera,
Pois não temamos a vil fera!
Nem ao vermelho fogo da tocha.
No nobre ou mais simples cabrocha
Com a dor que no coração acocha,
E nas almas carregadas de crateras,
A força interior na mente impera.
Somos todos grãos de areia,
Partículas da mesma pedra;
Todos fragmentos da pedra
Partículas da mesma rocha.
Todos enroscados na mesma teia,
Encurralados na boca da fera,
Pois não temamos a vil fera!
Nem ao vermelho fogo da tocha.
No nobre ou mais simples cabrocha
Com a dor que no coração acocha,
E nas almas carregadas de crateras,
A força interior na mente impera.
Feitiço
Feitiço
O amor é um feitiço
Que sai dos olhos de uma bruxa;
O amor é mais que isso,
É um urro que vem dentro da alma.
O amor não é nada disso,
É uma tempestade de sentimento,
Se correspondido, vira chuvisco.
O amor, é a transformação
Do rebelde no submisso.
O amor na verdade é um vício
Que domina o peito
Enchendo-o de viço,
É uma mutação!
Às vezes, responsável e sem compromisso;
Às vezes , irresponsável e carregado de ofício;
De qualquer forma é amor, sentimento elevadiço,
Donde se sente o chão tomar chá de sumisso!
O amor é um feitiço
Que sai dos olhos de uma bruxa;
O amor é mais que isso,
É um urro que vem dentro da alma.
O amor não é nada disso,
É uma tempestade de sentimento,
Se correspondido, vira chuvisco.
O amor, é a transformação
Do rebelde no submisso.
O amor na verdade é um vício
Que domina o peito
Enchendo-o de viço,
É uma mutação!
Às vezes, responsável e sem compromisso;
Às vezes , irresponsável e carregado de ofício;
De qualquer forma é amor, sentimento elevadiço,
Donde se sente o chão tomar chá de sumisso!
Ponte
Ponte
Sou ponte de mim mesmo
Fortificada em rios da vida,
Nela, solitário ando a esmo
A juntar cacos d’alma dividida.
Sou ponte larga de rio ermo
Que solta dor em queda estúpida,
Nela, vou com calma de enfermo
Pisando leve na imagem esculpida.
Sou ponte que cruza o mar azul,
Resiste às tormentas, e às fúrias,
Se inicia no norte e acaba no sul,
Quem por ela passa, não vê incúria,
Liga Curitiba, Veneza e Istambul,
Mas por ela também passa a luxúria.
O Médico
Ilustres filhos de Hipocátres
Que enobrecem nossa medicina,
Manejam o bisturi... são craques!
Mestres numa luta que não finda.
Persuasivos como os velhos frades,
Escondidos em roupas brancas e finas
Que denotam uma pureza de madre
Por amor a profissão segue sua sina.
São tantas as suas especialidades,
São várias áreas que pela vida prima,
Doutores, para a vida nunca é tarde...
Seres fundamentais, pessoas ladinas,
Deixo aqui nesse papel, sem vaidade,
Esse dizer do que não entendo patavina.
Sou ponte de mim mesmo
Fortificada em rios da vida,
Nela, solitário ando a esmo
A juntar cacos d’alma dividida.
Sou ponte larga de rio ermo
Que solta dor em queda estúpida,
Nela, vou com calma de enfermo
Pisando leve na imagem esculpida.
Sou ponte que cruza o mar azul,
Resiste às tormentas, e às fúrias,
Se inicia no norte e acaba no sul,
Quem por ela passa, não vê incúria,
Liga Curitiba, Veneza e Istambul,
Mas por ela também passa a luxúria.
O Médico
Ilustres filhos de Hipocátres
Que enobrecem nossa medicina,
Manejam o bisturi... são craques!
Mestres numa luta que não finda.
Persuasivos como os velhos frades,
Escondidos em roupas brancas e finas
Que denotam uma pureza de madre
Por amor a profissão segue sua sina.
São tantas as suas especialidades,
São várias áreas que pela vida prima,
Doutores, para a vida nunca é tarde...
Seres fundamentais, pessoas ladinas,
Deixo aqui nesse papel, sem vaidade,
Esse dizer do que não entendo patavina.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Como o poeta dizia
Como o Poeta Dizia
No lusco-fusco que embriaga as manhas
Sinto ar morno da vida que o vento exala,
Encho os pulmões, me treme a pele o afã
De mirar teus olhos nús da cor de opala,
Aqueço-me na noite, negra manta de lã,
As lágrimas são resquícios da chuva clara,
Saem cristalinas dos olhos de nuvens sãs
Para morrer nos lábios da terra que não cala.
Descubro-me da doce quentura da noite
E sereno, visto a camisa branca do dia,
A língua do homem e afiada como foice
Que decepa os valores que o sábio guia,
O que separa à noite do dia, é um açoite,
Breve e transparente, como o poeta dizia.
No lusco-fusco que embriaga as manhas
Sinto ar morno da vida que o vento exala,
Encho os pulmões, me treme a pele o afã
De mirar teus olhos nús da cor de opala,
Aqueço-me na noite, negra manta de lã,
As lágrimas são resquícios da chuva clara,
Saem cristalinas dos olhos de nuvens sãs
Para morrer nos lábios da terra que não cala.
Descubro-me da doce quentura da noite
E sereno, visto a camisa branca do dia,
A língua do homem e afiada como foice
Que decepa os valores que o sábio guia,
O que separa à noite do dia, é um açoite,
Breve e transparente, como o poeta dizia.
Como poeta dizia
O Canto do Urubu
O urubu avança sobre a carniça
Onde os restos alimentam o solo,
A tristeza fede,mas não é maciça
E toda alegria é digna dum colo.
Essas aves irão à minha missa?
Pousarão sobre o teto que moro?
Irmão de vermes que à morte atiça
Tuas vozes uníssonas formam coro,
Cantem no meu réquiem um samba,
Dançarei alegre ao som do cavaquinho
E quando sentir as pernas bambas...
Levantarei firme para meu caminho,
Ajeitarei calmo, minha diáfana manta,
Pois não sou comida de passarinho.
O urubu avança sobre a carniça
Onde os restos alimentam o solo,
A tristeza fede,mas não é maciça
E toda alegria é digna dum colo.
Essas aves irão à minha missa?
Pousarão sobre o teto que moro?
Irmão de vermes que à morte atiça
Tuas vozes uníssonas formam coro,
Cantem no meu réquiem um samba,
Dançarei alegre ao som do cavaquinho
E quando sentir as pernas bambas...
Levantarei firme para meu caminho,
Ajeitarei calmo, minha diáfana manta,
Pois não sou comida de passarinho.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Circo
Circo
Não sou dono de mim
Nem sei onde começa o nada
Muito menos o meio do fim
Só sei que num ciclo tudo se acaba.
Tudo acontece!Começa, meia e termina.
Nasce um flor, uma folha cai...
Como num afago, uma semente germina,
No embalo do vento a folha se vai...
Quem sabe adubar em outras plagas
Uma nova vida que também terá viço!
A desgraça de um prá outro é fanfarra.
E nessa vida somos palhaços do circo
De cara tristonha fazendo a plateia dar risada,
Quando cai a lona, o palhaço sevai, fim do ciclo!
Não sou dono de mim
Nem sei onde começa o nada
Muito menos o meio do fim
Só sei que num ciclo tudo se acaba.
Tudo acontece!Começa, meia e termina.
Nasce um flor, uma folha cai...
Como num afago, uma semente germina,
No embalo do vento a folha se vai...
Quem sabe adubar em outras plagas
Uma nova vida que também terá viço!
A desgraça de um prá outro é fanfarra.
E nessa vida somos palhaços do circo
De cara tristonha fazendo a plateia dar risada,
Quando cai a lona, o palhaço sevai, fim do ciclo!
Sumo dos olhos
Sumo dos olhos
Eu não choro
Me exalo na pele
Num alívio do poro
Que ao pelo fere.
Sorrio prá plateia
E miro o chão,
Ali, jaz meu caixão.
Evaporando, trajeto ignoro
E na base da derme, deslizo
Sem saber onde moro.
Atropelo o sorriso
E pela face escorro
Umedecendo o tecido,
Lento pelo corpo escorro.
Materna, a terra me tem no colo,
Num beijo sou absorvido,
Me findo num abraço quente do solo
Eu não choro
Me exalo na pele
Num alívio do poro
Que ao pelo fere.
Sorrio prá plateia
E miro o chão,
Ali, jaz meu caixão.
Evaporando, trajeto ignoro
E na base da derme, deslizo
Sem saber onde moro.
Atropelo o sorriso
E pela face escorro
Umedecendo o tecido,
Lento pelo corpo escorro.
Materna, a terra me tem no colo,
Num beijo sou absorvido,
Me findo num abraço quente do solo
quinta-feira, 29 de março de 2012
Pântano e Pérola
Pântano e Pérola
Tenho um pé no pântano
E outro no brilho da pérola,
Um afunda pelos cantos,
O outro, à vida me revela.
Com lama no peito me espanto;
Ainda não cobriu a rosa da lapela
Que cobre o coração, como manto,
Numa paz assaz calmante de vela.
Assim não me desfaço em vil pranto,
Transformo lama em brusca gamela,
O tempo a transforma nobre cântaro.
Nas escuridões surgem as esparrelas,
E na minha vazia dor, eu me agiganto,
Sabendo o querer, é da vida... a manivela.
Tenho um pé no pântano
E outro no brilho da pérola,
Um afunda pelos cantos,
O outro, à vida me revela.
Com lama no peito me espanto;
Ainda não cobriu a rosa da lapela
Que cobre o coração, como manto,
Numa paz assaz calmante de vela.
Assim não me desfaço em vil pranto,
Transformo lama em brusca gamela,
O tempo a transforma nobre cântaro.
Nas escuridões surgem as esparrelas,
E na minha vazia dor, eu me agiganto,
Sabendo o querer, é da vida... a manivela.
Palavras
Palavras
Em cada bolha de espuma que estoura, uma palavra;
Na crista de furiosa onda espumante vem aos milhares
Para assim rebentarem na ponta da caneta que as lavra,
Formando dessa forma, firme e forte, da arte os pilares.
Elas se proliferam ao longo dos tempos, como larvas,
Se formam ao calor de minha boca, em bolhas salivares,
Saem úmidas, frescas, e em nossa bela cultura se crava
Para ser o veículo de nossas línguas em céus e mares.
Vem se formando dentro de mim de vogal em vogal,
Eu me calo nesse momento, à espera das consoantes,
E nessa transição, se envolvem na regra gramatical.
Assim ela se transmuta, viaja, varia do grego ao latim,
Para nos cantos desse mundo formar o grito ressoante
Que de A a Z vem longínqua se formar dentro de mim.
Em cada bolha de espuma que estoura, uma palavra;
Na crista de furiosa onda espumante vem aos milhares
Para assim rebentarem na ponta da caneta que as lavra,
Formando dessa forma, firme e forte, da arte os pilares.
Elas se proliferam ao longo dos tempos, como larvas,
Se formam ao calor de minha boca, em bolhas salivares,
Saem úmidas, frescas, e em nossa bela cultura se crava
Para ser o veículo de nossas línguas em céus e mares.
Vem se formando dentro de mim de vogal em vogal,
Eu me calo nesse momento, à espera das consoantes,
E nessa transição, se envolvem na regra gramatical.
Assim ela se transmuta, viaja, varia do grego ao latim,
Para nos cantos desse mundo formar o grito ressoante
Que de A a Z vem longínqua se formar dentro de mim.
Quando se abre mão de um amor
*Quando se abre mão de um amor
*
Vai-se embora fome
Esquece-se o nome
Direito não se come
E uma dor consome
*
Nada de os lábios sorrir
Não se consegue dormir
Fica à espera de algo vir
Com oco no peito a sentir
*
Os olhos lacrimejam
Sonhos não almejam
Os nervos só latejam
Os músculos retesam
*
As noites são compridas
Abri-se no peito a ferida
E a alma fica combalida
Procura-se sentido à vida
*
Não se vê e ouve direito
Os sons são imperfeitos
O ar torna-se rarefeito
Sozinho, agita-se no leito
*
Os dias ensolarados são nebulosos
Os nebulosos, são mais tenebrosos
Sente-se dor que chegar doer ossos
Fica-se na mente momentos fogosos
*
O caminho é um só
A solidão torna-te pó
De si mesmo sente dó
Na goela fica um nó
*
Sente-se na pele o fracasso
Deseja de outrora, amassos!
De uma linha faz-se um laço
Desse laço à morte um passo...
*
Perde-se um pouco do viver
Anseia na angústia amanhecer,
Uma ansiedade difícil de conter
Esperando o rosto amado ver.
*
Vai-se embora fome
Esquece-se o nome
Direito não se come
E uma dor consome
*
Nada de os lábios sorrir
Não se consegue dormir
Fica à espera de algo vir
Com oco no peito a sentir
*
Os olhos lacrimejam
Sonhos não almejam
Os nervos só latejam
Os músculos retesam
*
As noites são compridas
Abri-se no peito a ferida
E a alma fica combalida
Procura-se sentido à vida
*
Não se vê e ouve direito
Os sons são imperfeitos
O ar torna-se rarefeito
Sozinho, agita-se no leito
*
Os dias ensolarados são nebulosos
Os nebulosos, são mais tenebrosos
Sente-se dor que chegar doer ossos
Fica-se na mente momentos fogosos
*
O caminho é um só
A solidão torna-te pó
De si mesmo sente dó
Na goela fica um nó
*
Sente-se na pele o fracasso
Deseja de outrora, amassos!
De uma linha faz-se um laço
Desse laço à morte um passo...
*
Perde-se um pouco do viver
Anseia na angústia amanhecer,
Uma ansiedade difícil de conter
Esperando o rosto amado ver.
Um poeta
Um Poeta
Um poeta tenta falar de tudo um pouco:
Nem sempre consegue, pois nada sabe;
Só sabe de sua dor estagnada no oco,
Bem tenta aos amigos falar de amizade...
Quando pensa que é poeta, descobre que louco
E passa anotar no papel a solidão que o invade
Quando o azul de sua vida vai ficando fosco,
Mas ele vive, no seu silêncio sem causar alarde.
Sente os poros quentes a lhe filtrar o tempo.
No olhar que sai faiscante feito um cometa
Nada sabe, mas tem os olhos sempre atentos
Nas coisas da vida e suas variadas facetas,
De canto de olhos a sondar os movimentos
Percebe a vida num abrir e fechar de gaveta.
Um poeta tenta falar de tudo um pouco:
Nem sempre consegue, pois nada sabe;
Só sabe de sua dor estagnada no oco,
Bem tenta aos amigos falar de amizade...
Quando pensa que é poeta, descobre que louco
E passa anotar no papel a solidão que o invade
Quando o azul de sua vida vai ficando fosco,
Mas ele vive, no seu silêncio sem causar alarde.
Sente os poros quentes a lhe filtrar o tempo.
No olhar que sai faiscante feito um cometa
Nada sabe, mas tem os olhos sempre atentos
Nas coisas da vida e suas variadas facetas,
De canto de olhos a sondar os movimentos
Percebe a vida num abrir e fechar de gaveta.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Mata-borrão
MATA-BORRÃO
Nessas simples folhas tentei fabricar versos,
Mas versos não se fabricam, fluem do ser,
Afloram dos lugares recônditos do universo
E desabrocham nos lábios de quem os lê;
Se acaso o que disse for de todo inverso
Estas palavras num sopro hão de perecer
Tal e qual meus olhos um dia fecharão,
Pois a boca do povo é vivaz mata-borrão.
Nessas simples folhas tentei fabricar versos,
Mas versos não se fabricam, fluem do ser,
Afloram dos lugares recônditos do universo
E desabrocham nos lábios de quem os lê;
Se acaso o que disse for de todo inverso
Estas palavras num sopro hão de perecer
Tal e qual meus olhos um dia fecharão,
Pois a boca do povo é vivaz mata-borrão.
Estilhaços
Estilhaços
Vejo minha imagem num espelho quebrado,
Um quadro em pedaços projetando nua face.
À revelia da morte, vivo amor multifacetado.
Meus lábios partidos à procura de um enlace
Procuram por mim mesmo, ainda que calados;
Anseiam pra vomitar da alma todos impasses...
No espelho trincado restam meus fragmentos,
Estilhaços de um olho que observa o tempo
Vejo minha imagem num espelho quebrado,
Um quadro em pedaços projetando nua face.
À revelia da morte, vivo amor multifacetado.
Meus lábios partidos à procura de um enlace
Procuram por mim mesmo, ainda que calados;
Anseiam pra vomitar da alma todos impasses...
No espelho trincado restam meus fragmentos,
Estilhaços de um olho que observa o tempo
Ocioso
Ocioso
Ó espermatozóide ousado e viscoso
Ande com suas firmes-fortes pernas,
Não seja de todo maluco malicioso,
À tona o lume... atitudes fraternas...
Pegue a ferramenta, não seja ocioso,
Ouça atento as sãs palavras paternas;
Ousaste só fecundar a solitária noite
Onde as vozes têm impacto de coice.
Ó espermatozóide ousado e viscoso
Ande com suas firmes-fortes pernas,
Não seja de todo maluco malicioso,
À tona o lume... atitudes fraternas...
Pegue a ferramenta, não seja ocioso,
Ouça atento as sãs palavras paternas;
Ousaste só fecundar a solitária noite
Onde as vozes têm impacto de coice.
Estálo do açoite
Estalo do Açoite
Quando aguço meus ouvidos ao longo do tempo
E penetro infames zonas de um passado distante,
Ouço gritos lancinantes, puro descontentamento;
O cheiro do acre suor nas senzalas impregnados
Foram exalados com os estalos de açoites cruentos,
Discriminação é o tronco onde somos amarrados,
Vê-se que muitos corpos sentem dores dessa íngua,
Pois os chicotes de hoje estalam na ponta da língua.
Quando aguço meus ouvidos ao longo do tempo
E penetro infames zonas de um passado distante,
Ouço gritos lancinantes, puro descontentamento;
O cheiro do acre suor nas senzalas impregnados
Foram exalados com os estalos de açoites cruentos,
Discriminação é o tronco onde somos amarrados,
Vê-se que muitos corpos sentem dores dessa íngua,
Pois os chicotes de hoje estalam na ponta da língua.
Sanguessuga
Sanguessuga
Suga o sereno sangue sossegada sanguessuga.
De batom escarlate na ventosa, beija o mundo;
O tempo é implacável, se mostra com as rugas,
Pra ti não faz diferença amar horas ou segundos,
Refletida no espelho de amar, a imagem refugas
Quando te sente suplantada--- peito buraco fundo!
Vai sanguessuga do vil pecado e libidinoso amor,
Sugar o sangue daqueles que se rendem à sua flor.
Suga o sereno sangue sossegada sanguessuga.
De batom escarlate na ventosa, beija o mundo;
O tempo é implacável, se mostra com as rugas,
Pra ti não faz diferença amar horas ou segundos,
Refletida no espelho de amar, a imagem refugas
Quando te sente suplantada--- peito buraco fundo!
Vai sanguessuga do vil pecado e libidinoso amor,
Sugar o sangue daqueles que se rendem à sua flor.
Vogais Coloridas
Vogais Coloridas
Amo RIMBAUD! ó poeta maldito.
De Verlaine ainda não sou amante.
As vogais coloridas formam gritos.
Poeta dos poetas!de olhar flamante,
De vogais a consoantes, hoje mito!
Teus versos por demais alarmantes,
Tua vida, inumeras folhas de caderno,
Entre iluminuras passaste no inferno.
Amo RIMBAUD! ó poeta maldito.
De Verlaine ainda não sou amante.
As vogais coloridas formam gritos.
Poeta dos poetas!de olhar flamante,
De vogais a consoantes, hoje mito!
Teus versos por demais alarmantes,
Tua vida, inumeras folhas de caderno,
Entre iluminuras passaste no inferno.
terça-feira, 27 de março de 2012
Entardecer
Entardecer
E no entardecer, quando as pálpebras
Do sol se mostram pesadas que sinto
Este vazio solitário e silencioso vir me inquietar.
È no entardecer, quando as horas começam
Dar sinais dum leve cochilar que procuro
Em vão responder minhas indagações.
Este entardecer que cai modorrento,
E faz eu beber o tempo em suaves goles
E me inebria e torna meu olhar distante.
Este entardecer que vem na sombra
Do meu desejo, que vem molengo...
Preguiçoso...
Este entardecer, prelúdio relaxado de noite,
Pedaço de tempo, parte final do dia.
Ah, e neste entardecer que de tão diante
De meus olhos, parece estar muito ao longe.
Sinto as estrelas dentro de mim se
Alvoroçando num querer brilhar de pérola.
Ah, este entardecer que entardece dentro de mim,
E anseia para desabrochar em noite
E findar num belo amanhecer.
E no entardecer, quando as pálpebras
Do sol se mostram pesadas que sinto
Este vazio solitário e silencioso vir me inquietar.
È no entardecer, quando as horas começam
Dar sinais dum leve cochilar que procuro
Em vão responder minhas indagações.
Este entardecer que cai modorrento,
E faz eu beber o tempo em suaves goles
E me inebria e torna meu olhar distante.
Este entardecer que vem na sombra
Do meu desejo, que vem molengo...
Preguiçoso...
Este entardecer, prelúdio relaxado de noite,
Pedaço de tempo, parte final do dia.
Ah, e neste entardecer que de tão diante
De meus olhos, parece estar muito ao longe.
Sinto as estrelas dentro de mim se
Alvoroçando num querer brilhar de pérola.
Ah, este entardecer que entardece dentro de mim,
E anseia para desabrochar em noite
E findar num belo amanhecer.
Comunicação
Quero tua língua
Roçando a minha,
Quero a minha na tua
Falando mesma língua.
Na ânsia do beijo,
A volúpia de viajar
No céu de tua boca,
Onde brilham fulgurantes
Estrelas de desejos.
Quero te dizer:
Te amo em minha língua,
Quero te dizer que minha
Língua te ama.
E no ardor quente da saliva,
Num deslize sensual,
O beijo estala!
O corpo se agita... quase grita!
E minha voz, inebriada no êxtase,
Emudece...cala!
Quero tua língua
Roçando a minha,
Quero a minha na tua
Falando mesma língua.
Na ânsia do beijo,
A volúpia de viajar
No céu de tua boca,
Onde brilham fulgurantes
Estrelas de desejos.
Quero te dizer:
Te amo em minha língua,
Quero te dizer que minha
Língua te ama.
E no ardor quente da saliva,
Num deslize sensual,
O beijo estala!
O corpo se agita... quase grita!
E minha voz, inebriada no êxtase,
Emudece...cala!
Fugacidde
Este tempo é uma faísca!
Se o olho, desatento,
Pisca...
Não se vê os rastros
Que no caminho,
A vida
Rabisca!
Se o olho, desatento,
Pisca...
Não se vê os rastros
Que no caminho,
A vida
Rabisca!
domingo, 25 de março de 2012
" Problematemática do S2"
Tolo coração...
Problematemático se resolvendo no peito,
Entre números e inúmeros desacertos
Vive se calculando numa busca infindável.
Tolo coração...
Que antes eram dois, agora somente um
Buscando incessantemente o seu
Máximo denominador comum.
Tolo coração...
Que na impaciência se eleva ao quadrado
E atinge sua potência!
Tolo coração...
Que se divide,
Que atrai, se distrai, se subtrai...
Na ânsia de um soma.
Tolo coração...
Que complica, se explica,
E tomado de sentimento,
Se multiplica!
Tolo coração...
Que em frenético rítmo
Se perde na confusão dos logarítimos,
E não resolve a questão.
Tolo coração...
Que em constante equação
E simples como uma regra de três,
Deseja outra vez
Uma regra de dois!!
Problematemático se resolvendo no peito,
Entre números e inúmeros desacertos
Vive se calculando numa busca infindável.
Tolo coração...
Que antes eram dois, agora somente um
Buscando incessantemente o seu
Máximo denominador comum.
Tolo coração...
Que na impaciência se eleva ao quadrado
E atinge sua potência!
Tolo coração...
Que se divide,
Que atrai, se distrai, se subtrai...
Na ânsia de um soma.
Tolo coração...
Que complica, se explica,
E tomado de sentimento,
Se multiplica!
Tolo coração...
Que em frenético rítmo
Se perde na confusão dos logarítimos,
E não resolve a questão.
Tolo coração...
Que em constante equação
E simples como uma regra de três,
Deseja outra vez
Uma regra de dois!!
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